Quem olhou a lua no céu e somente viu a metade dela apresentada,
Deve ter estranhado a ausência da outra parte também importante,
Pode-se dizer que um poeta é quase nada sem a sua Musa Amada;
E somente saber que ela se importa também não é o bastante...
Eu contemplava a natureza ao meu redor e por um instante senti um vazio dentro do meu peito,
O toque do meu coração eu não senti e notei que o mesmo havia sido sequestrado,
Eu que já havia declarado que Amar nunca deveria ser um defeito;
Eu que já havia declarado que é sempre bom pra alguém estar apaixonado...
Fui procurar onde estaria e revi o tempo que passei a te conhecer,
E vi que partes minúsculas deles estavam envoltas na areia do mar,
Outras estavam "incrustadas" num banco de madeira que talvez o tempo venha à esquecer;
Outras estavam numa esquina onde numa noite ouvi meu nome alguém chamar...
Chegando num lugar semelhante à uma pousada,
Parte dele estava numa escada de acesso onde alguém um dia este poeta beijou,
Talvez fosse o suplício ou o fim de uma aventura quase fantasiada;
Ou duas pessoas que por um momento intensamente há 18 meses desejou...
Outra parte deste coração ficou quase perdida num bosque paulistano,
Flores, árvores, pássaros e bancos de madeira de lei foram testemunhas,
Isto já aconteceu mais que um passado ano;
Mas esquecer destes fatos é mais difícil que o poeta supunha...
Parte dele veio quase à se perder numa demorada reunião agendada,
Todos olhando pra algo mas os pensamentos ali não se encontravam,
Foi uma oportunidade que há muito estava aguardada;
Que ao rever a Musa disfarçar não teve ao ver que seus olhos brilhavam...
Antes de acontecer o dia materno parte dele ficou numa avenida,
Ao receber um beijo tão rápido pra que ninguém pudesse perceber,
Naquele dia uma história não teve como ficar esquecida;
Porque muito mais queríamos dar do que propriamente receber...
Poderia lembrar de uma bonita manhã acontecida num memorial,
Quando "emoldurada" uma foto foi num mapa eternizando um doce abraço,
Duas pessoas reunidas num momento especial;
Pra depois se perguntarem antes da partida : agora o que é que faço...?
Na última vez entre muita gente reunida o coração se perdeu em mais um pedaço,
Num breve e doce beijo roubado longe dos holofotes e olhares bem curiosos,
Nós dois envolvidos num longo e caloroso abraço;
Sentindo a importância de vivenciar aqueles momentos maravilhosos...
Agora seria inútil procurar este coração aqui em minha cidade,
Pois sinto que ele já foi parar numa outra rua com nome de santo,
Talvez ele tocaria a campainha do nº 100 pra lembrar da saudade;
Porque o que transborda por aqui é saudade por todo o canto...
Ele se dilui em cada recebida mensagem que à vezes demora pra ser respondida,
Já chegou a pensar em parar de escrever mas a mão simplesmente não obedece,
Como pergunto eu ter a vida por esquecida;
Por alguém cujos sentimentos de maneira constante a minha vida somente enobrece...?
Não poderia deixar de falar que este coração se perdeu em muitas canções,
Cujo rádio quando ligado evoca aquilo que se desconhece na própria razão,
Mal sabem as pessoas mas neste turbilhar de muitas emoções;
O coração quer ser reencontrado de novo - ouvir só sim - e nunca um sonoro não...
Quando estas imperfeitas linhas chegar ao endereço correto,
Muita coisa porém já terá acontecido ,
Mas pouco vai realmente significar se a Musa não estiver mais uma vez por perto;
No mundo das palavras será como se alguém já estivesse pra bem longe ido...
Qual o preço à ser pago pela devolução ou resgate deste meu coração,
Se tu levaste ele pra junto de ti e não marcou ainda data de entrega,
Que tu queres que eu faça com a minha inspiração;
Se as palavras que ainda desejo ouvir o senhor destino ainda me nega...?
Venha Musa Amada mesmo presa em seu círculo, salte pra liberdade,
Saia por um momento deste teu mundo e venha devolver bem depressa meu coração,
Venha transformar a saudade em real felicidade;
Venha de uma vez por todas sentir mais uma forte emoção...
Traga meu coração de volta para o peito deste poeta urgentemente,
Porque mesmo mandando teus recados pelo céu ainda falta a tua presença,
O menestrel das palavras quer ver você bem aqui de frente;
Pra olhar em seus olhos cor-de-mel e saber se ainda conservas tua inocência...
Inocência deste teu Amor que transmite sem precedentes,
Parece que destilando em doces favos de mel através dos seus doces beijos,
Você ainda consegue sem esforço me fazer deveras muito contente;
Você ainda não realizou comigo os seus maiores desejos...
Venha andar comigo de novo e teremos nossas mãos bem entrelaçadas,
Quero lhe transmitir o meu calor mais desejado e proibido,
Vou fazer você esquecer até das frias madrugadas;
Quando ao meu lado não tive o prazer de estar contigo e ter tentado dormido...
Enquanto não devolveres meu coração estará junto com o teu batendo,
Não terás a paz necessária pra deflagrar sempre teu sorriso único e radiante,
Enquanto isto meus versos eu estarei fazendo;
Tentando transformar palavras num relato de história brilhante...
Venha , você sabe como me encontrar, eu estarei desde já esperando,
Como recompensa te darei o restante do meu corpo em outros momentos,
Mas não estranhes se no ato de devolução eu acabe o teu pra mim roubando;
E sequestre sem pedido de resgate até mesmo seus pensamentos...
Autor Izaias da Silva
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